Maria Avelina Fuhro Gastal
Viajo o tempo todo.
Na mala, carrego sonhos, inquieta珲es, vontades, dissabores. 纒 vezes, ela pesa, em outras nem parece estar comigo.
Nos caminhos que percorro busco os detalhes, as flores que nascem entre as pedras, o jogo de sombras do sol nas paredes, cal鏰das e 醨vores. Escuto as vozes que me rodeiam, ou鏾 o ritmo da vida, a pausa no riso das crian鏰s, a suspens鉶 do tic tac dos rel骻ios nos encontros tomados pelo afeto no olhar, pelo entrela鏰mento de m鉶s e no ro鏰r dos corpos.
Da noite, recolho o mapa dos c閡s, a face da lua, a vivacidade das estrelas. Observo a cidade que se esvazia e se recolhe atr醩 de janelas que aos poucos se fecham para as ruas e mant阭 segredos noturnos.
Nas minhas andan鏰s, meus p閟 falseiam em passeios irregulares, resvalam em cal鏰das desnudas, cobertas por areia que empoeira as casas, gruda nos pulm鮡s, e, quando chove, enlameia o 鷑ico par de sapato do trabalhador que cumpre uma jornada de quarenta e quatro horas semanais, aumenta o lucro do patr鉶, mas n鉶 ganha o suficiente para morar em um lugar urbanizado. Desvio de pessoas deitadas no ch鉶, cobertas por jornais ou folhas de papel鉶. Trope鏾 em lixo. Nessas horas, a mala pesa.
N鉶 quero andar pela vida com mala leve. Se pesa, que eu possa encontrar meios para transformar o peso em a玢o, o desconforto em solidariedade, o cansa鏾 em energia para mudan鏰s.
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