Maria Avelina Fuhro Gastal
Decidi não trazer metas para 2025, mas apenas definir um lema.
Metas nos aprisionam, estabelecem objetivos que estão externos a nós, mantêm o padrão do Mercado ao tornar a nossa vida objeto de medição que aferem o sucesso ou carimbam o fracasso.
O lema nasce da busca por um modo de vida mais harmônico com a nossa essência ou, pelo menos, com a forma que entendemos que nos seria mais leve de viver a vida.
Em 2025, vou deixar a vida me levar. Seguirei desejos, vontades, respirarei profundamente antes de perder a paciência, sobreporei o prazer ao dever e a tolerância à irritação. Inverterei a ordem prevista das minhas respostas, dizendo sim ao que me acostumei a dizer não e dizendo não onde sempre respondi sim.
Um pouco mais hedonista, menos razoável. Mais espontânea, menos contida.
Nesses dez primeiros dias do ano já falhei miseravelmente em muitas ocasiões. Repeti padrões, ignorei vontades, explodi irritações. A vantagem em estabelecer lema é a de que não houve fracasso. As falhas são parte do processo. Não há resultados palpáveis que me lembrem o tempo todo que os dias passam e a meta tem menos tempo para ser cumprida.
Lema não é limitado pelo tempo. É exercício de bem-estar, independente do calendário. É opção de vida. Meta amarra, lema liberta.
Vou falhar muitas vezes. Para cada falha cometida, muitas oportunidades de acerto existirão. Não serei definida pelo que falhei, mas por aquilo que avancei. Fracassar em metas é derrota, falhar no lema é aprendizado.
Pouco me importa o tempo que ainda temos em 2025. Não tenho que prestar satisfação sobre os resultados. O que me importa é o tempo que ainda tenho para viver e a forma como viverei esse tempo.
O ano passa, acaba, metas não atingidas nos rotulam. Fracassados.
O ano não conta, o tempo é o da vida, o lema permanece. Continuamos.
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