Maria Avelina Fuhro Gastal
Mortais.
Em algum momento, morremos. Morreremos.
Nossa vida permanece após a morte.
O tempo dela é alterado.
No presente, somos vazio, lacuna.
No futuro, somos legado, herança, DNA.
No passado somos lembranças, saudades, mistério.
Nossa história continua sendo contada. Por outras vozes que não a nossa.
Mosaico. Nem sempre os cacos do vivido conjugam-se em harmonia.
Caleidoscópio. Para cada momento, diferentes imagens.
Incongruências. Ações, atitudes, comportamentos incompatíveis com aquilo que projetamos.
Identidade. Afinal, quem realmente fomos?
Mentiras, segredos, maldades camufladas, desveladas.
Nós. Silêncio.
Outros. Tormento. Nenhuma possibilidade de paz até sepultar a idealização.
Luto. Constante. Pelo morto, pelo que pensávamos dele, pelo que desconhecíamos dele, pelo que vivemos com ele.
RIP.
Na morte só não há descanso para os que permanecem vivos.
Haverá sepultamento final?
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