Maria Avelina Fuhro Gastal
Não busco o amor. Nele, estou mergulhada.
Transmuta-se para abarcar a diversidade.
Tem origem na própria existência, na oportunidade de testemunhar ciclos, fases, mudanças, desafios e superações.
Não existo sem amar a vida. Mesmo que, às vezes, ela possa ser sombria.
Amor é carrossel, montanha-russa, tobogã. Tonteia, dá frio na barriga, nos joga para cima e para baixo e, ainda assim, estamos sempre prontos a enfrentar o longo caminho que nos leva ao topo.
Amor não se define, não se repete, não se iguala. É múltiplo. Não há palavras nem forma. É único na particularidade da relação.
Não há mergulho sem risco de afogamento. Venho à tona para não sufocar. No movimento ritmado do meu peito, aspiro o amor que recebo, expiro o que há em mim para dar. Acolho, acaricio, escuto, consolo, rego, tempero, acredito.
Onde cabe amor, cabe renúncia, aceitação, complacência, perdão, tolerância, presença, espaço, alegrias, tristezas, solidariedade. Cabe dois, sem a perda de ser um.
Não busco o amor.
Busco o encontro. Só nele o amor resiste.
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