Maria Avelina Fuhro Gastal
Desidrate a melancolia, alimente a esperança.
Mesmo que nada mude, um novo ano é sempre o começo de um ciclo. Aquele gás que já estava queimando com a chama amarelada, ganha força e nos impulsiona.
Vale tudo para tentar fazer do ano que nasce uma nova chance para a vida que queremos. Lentilha, pular ondinhas, uvas, porco, roupa branca, roupa da cor do ano, espumante, brindar, mentalizar nossos objetivos, qualquer mandinga, reza forte, simpatia, de tudo um pouco, ou muito, na medida para não passar mal.
Eu retomei uma velha simpatia que há anos não seguia. Comprei uma calcinha amarela. A vendedora disse que era amarela, todas estavam comprando por ser amarela, eu enxerguei verde. Vale o que dizem ou o que enxergo? Na falta de qualquer outra que me parecesse levemente amarela, comprei a que para mim é verde. Talvez seja a síntese que vai me ajudar a superar o trauma de sentir pânico e aversão ao ver uma bandeira do Brasil.
Aposto em 2024. Quero sair do 2020 estendido que ainda me encontro. Oscilo entre a tranquilidade e a lembrança do horror que vivemos. O “vai passar” ainda não passou totalmente. Quero entrar o ano deixando para trás o receio que ainda me assola, às vezes. Nunca tivemos a morte tão presente em nossas vidas. Quero fazer um pacto com o viver, sendo o morrer uma parte do processo e não uma ameaça constante.
Com esta crônica me despeço de vocês em 2023. Enquanto vocês a leem, estou na praia com a minha família e meu tempo é deles. E meu. Brincar, jogar, rir, amassar os netos (se deixarem), caminhar, molhar os pés no mar, ler, esquecer o relógio e os compromissos. Finalizar o ano e começar um novo com tudo e todos que me fazem tão bem.
Vibre na virada, abrace e beije muito, enlouqueça de alegria e esperança. 2024 nos dá um dia a mais para fazermos dele o ano de nossas vidas.
Feliz ano novo!
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