Maria Avelina Fuhro Gastal
Levei muito tempo para aprender sobre a leveza da vida. Agora que a encontrei dentro de mim, decidi festejar meus 65 anos.
Não há decisões sem escolhas. Recursos financeiros obrigavam a estabelecer critérios para os convites. Fosse só pela minha vontade, convidaria a todos que cruzaram na minha vida e deixaram alguma marca. Impossível. Tinha que enfrentar, com leveza, o desafio de estabelecer alguma regra para a lista.
O primeiro quesito foi a vinculação afetiva. O segundo, a importância de nossa convivência ao longo da minha história. O terceiro, a minha vontade de ter comigo brindando conquistas e apostando em desafios. O quarto, o papel de nossa relação no enfrentamento do isolamento social durante o auge da pandemia. Todos com apenas uma costura entre eles, muito afeto, pessoas que quero na minha vida, seja como presença ou como lembrança.
Foi perfeito. Foi lindo. Foi recheado de surpresas.
Minha filha, maior incentivadora para que o happy acontecesse, colocou toda a sensibilidade que lhe é própria, e providenciou, ao vivo, em violão e voz, todas as músicas que amo. Solicitou vídeos para os convidados e exibiu família e amigos falando sobre a nossa relação. Ri, chorei, passei vergonha com as histórias contadas, amei cada depoimento.
Ontem, fiquei sabendo que meu genro foi para o local uma hora e meia antes do horário marcado para garantir que tudo funcionasse bem. E foi dele a playlist para tocar depois dos parabéns. Hoje, caminhei a escutando e me segurei para não sair dançando pela orla.
Cada um dos presentes representou um pouco de tudo que me trouxe até aqui. Fui inundada de carinho, abraços e, acima de tudo, de muita leveza.
Nunca pensei que 65 anos me fariam tão bem.
Vim de um fim de semana prolongado em Gramado, recebido como presente, junto a filhos, nora, genro, netos e primos muito amados. Rimos muito, comemos mais ainda, nos desafiamos em Imagem e ação, tudo com uma vista linda ao alto (põe alto nisso) de uma colina em uma casa, sem grades, cercada por imensas janelas. Dormi agarradinha na minha neta, acordei para cada novo dia em um café sem pressa com todos reunidos. De Gramado para o happy.
Vivi uma semana de alegrias, que me trazem um pouco de certeza de que em muito acertei.
Me sinto pronta e cheia de energia para pintar o sete, espalhar textos pelos postes e praças, a escrever com a delicadeza de uma caneta tinteiro. Tudo isso cantando “Escrito nas estrelas” e bailando ao som da vida.
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